domingo, 24 de janeiro de 2010

NanoRural

Agricultura muito além da vista




Conheça a nanotecnologia, ciência que desenvolve produtos microscópicos que podem revolucionar a agricultura brasileira.



Quem já pisou numa fazenda sabe que agricultura se faz nos mínimos detalhes e não há produtor que se preze que contradiga essa “verdade”. Mas agora alguns cientistas brasileiros resolveram levar esses “detalhes para o microscópio”. Essa é a nanotecnologia, um tipo de ciência que desenvolve produtos tão pequenos que correspondem à espessura de um fio de cabelo dividido em 70 mil partes. Esse tipo de procedimento é usado em larga escala nos Estados Unidos, que descarregam um caminhão de dinheiro todos os anos: US$ 1 bilhão. Os métodos criados a partir dos conhecimentos “nanométricos” podem gerar uma infinidade de produtos usados em praticamente todos os ramos de atividade. E a agricultura não fica fora disso. O Brasil começa a dar os seus primeiros passos no terreno dessas medidas para lá de milimétricas. Entre 2006 e 2007, foram aportados cerca de R$ 74 milhões em pesquisas de nanotecnologia. E no foco desses investimentos está justamente o agronegócio.
Ainda neste semestre, deve ser inaugurado o primeiro Laboratório Nacional de Pesquisa em Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio. O centro, que funcionará nas instalações da Embrapa Instrumentação Agropecuária, localizada em São Carlos (SP), consumiu mais de R$ 4 milhões e quer ampliar as pesquisas nesse setor. “Junto com o laboratório, criamos a rede de pesquisa em nanotecnologia, que engloba uma série de especialistas. Com a participação de 17 unidades da Embrapa, que estarão junto com 13 universidades brasileiras e universidades dos EUA e da França”, afirma o Coordenador da rede de pesquisa em nanotecnologia aplicada ao Agro, Luiz Henrique Capparelli Mattoso.
Mas, afinal, o que essa partícula praticamente invisível – para se ter uma idéia, um fio de cabelo mede cerca de 70 mil nanopartículas – pode fazer pelo agronegócio brasileiro?
Algumas dessas possibilidades já podem ser vistas na Embrapa Instrumentação, que já há alguns anos vem desenvolvendo aparelhos a partir da nanotecnologia.
Foi a partir dessa tecnologia que os cientistas da unidade desenvolveram um papel-filme protetor para frutas, que possibilita aumentar o seu tempo de prateleira, além de ser comestível. Segundo o pesquisador da Embrapa e um dos responsáveis pelo desenvolvimento do produto, Odílio Assis, no caso da maçã, o tempo de conservação aumenta de 25 dias a um mês. “Em condições controladas, com refrigeração ela pode durar até um ano a mais”, diz.




Disponível em :

http://www.terra.com.br/revistadinheirorural/edicoes/42/artigo77938-1.htm

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